Os trabalhos em altura representam um risco significativo no setor da construção, com as “quedas” a representarem uma das principais causas de acidentes graves e fatais. A implementação de medidas de segurança eficazes é crucial para proteger os trabalhadores e garantir um ambiente de trabalho seguro.
Segundo a legislação portuguesa, considera-se Trabalho em Altura “qualquer atividade realizada a uma altura superior a 2 metros em relação ao nível do solo ou piso adjacente, incluindo aberturas e desníveis”.
Panorama Nacional
Em Portugal, os acidentes de trabalho em altura representam um problema grave de saúde pública, com consequências devastadoras para os trabalhadores e suas famílias. De acordo com dados da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT):
Em 2023 houve o registo de 119 mortes por acidentes de trabalho, dos quais 25% (29 casos) foram causados por quedas em altura. 449 acidentes de trabalho graves, dos quais 18% (81 casos) envolveram quedas em altura.
Entre 2020 e 2023, houve uma redução de 10% no número total de mortes por acidentes de trabalho; e uma redução de 15% no número de acidentes de trabalho graves.
Apesar da redução, as quedas em altura continuam a ser uma das principais causas de morte e de acidentes graves no trabalho.
Num estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), com o objetivo de analisar os exames médico-legais de vítimas de acidentes de trabalho graves na região Norte de Portugal, concluíram que:
– Quedas em altura e acidentes de viação foram as principais causas de acidentes graves.
– Homens entre 25 e 45 anos, que trabalham na construção, operação de máquinas, serviços gerais e no comércio, são as principais vítimas.
– 73,8% das lesões se localizam no cérebro e na medula espinal.
– 23,3% das vítimas ficaram com incapacidade permanente parcial (IPP).
– 35% das vítimas ficaram com incapacidade permanente absoluta para todo e qualquer trabalho (IPA).
– 41,7% das vítimas ficaram com incapacidade permanente absoluta para o trabalho habitual (IPATH).
O planeamento e a avaliação de riscos são preponderantes para evitar acidente, nomeadamente, elaborando um plano de trabalho específico para cada atividade em altura, incluindo a identificação de todos os riscos potenciais e as medidas de controlo a serem implementadas. É ainda importante a realização de uma análise de segurança do trabalho antes do início da atividade, considerando as condições climáticas, o estado dos equipamentos e a qualificação dos trabalhadores. Os Equipamentos de Proteção Individual/Coletiva (EPIs e EPCs) são também elementos cruciais para a prevenção e segurança de trabalhos em altura.
O papel da formação
A formação periódica e específica para todos os trabalhadores que realizam trabalhos em altura deve abranger o uso correto dos EPIs e EPCs; Técnicas de trabalho seguro em altura; Procedimentos de emergência.
O IEP – Instituto Eletrotécnico Português promove no próximo dia 4 de abril de 2024, no Porto, a .
Este , direcionado a trabalhadores que tenham a seu cargo a realização de trabalhos em altura, tem como objetivos dotar os participantes dos conhecimentos que lhes permitam efetuar com segurança trabalhos em altura; conhecer o enquadramento legal na área de segurança e saúde no trabalho; utilizar corretamente os EPI e proceder à respetiva verificação; conhecer a sinalização de segurança e a sua correta utilização; saber avaliar as condições envolventes da obra (traçados de energia, telecomunicações etc.
Para mais informações sobre o programa formativo e inscrições, por favor aceda à
A segurança dos trabalhadores em altura é uma responsabilidade partilhada entre empregadores, trabalhadores e entidades responsáveis pela segurança no trabalho. Através da implementação de medidas de segurança eficazes, como as descritas acima, é possível prevenir acidentes e garantir um ambiente de trabalho mais seguro para todos. A segurança não é um custo, mas sim um investimento na saúde e bem-estar dos trabalhadores e na qualidade do trabalho.