Em artigo publicado na revista “O instalador”, Paulo Cabral fala da história do IEP e dos nossos projectos futuros. Não perca, leia o artigo na integra!
O intercâmbio cada vez maior de produtos à escala global que caracteriza os mercados dos nossos dias conduziu à necessidade de promover a confiança entre todas as partes envolvidas — fabricantes, consumidores e organismos oficiais – de uma forma tecnicamente credível mas que ao mesmo tempo fosse compatível com o reduzido “time to market” que caracteriza a maioria dos produtos tecnológicos. Isso levou à crescente adopção das normas técnicas na regulamentação da União Europeia e nas legislações nacionais dos seus Estados-Membros, que assim convergiram naquilo que são os requisitos essenciais dos produtos. Idêntica filosofia tem sido adoptada noutras geografias, como por exemplo nos países do Golfo Pérsico ou da América do Sul. É neste contexto que surge a exigência de avaliar a conformidade com as normas da maioria dos produtos que são disponibilizados aos mercados, tendo em vista promover a segurança dos consumidores, bem como o adequado desempenho e a elevada eficiência, designadamente energética, de tais produtos.
Ao mesmo tempo, a opinião pública está cada vez mais atenta aos aspectos que se relacionam com a segurança e com o ambiente. Isso tem conduzido à crescente consciencialização dos cidadãos em geral para a importância de que os locais onde habitam, trabalham ou desfrutam dos seus tempos livres sejam seguros e ambientalmente sustentáveis. Essas preocupações têm tido eco junto dos legisladores, que têm criado regras mais exigentes para incrementar o nível de segurança e de eficiência das instalações dos diversos tipos (eléctricas, de gás, de telecomunicações, de diversão, etc.), tanto para usos particulares como colectivos. Igualmente nas relações contratuais entre empresas essas preocupações estão cada vez mais presentes, como uma ferramenta para maximizar o retorno do investimento feito nas instalações e nas infra-estruturas, sobretudo as que se destinam a usos industriais.
Uma variável que recentemente se veio juntar a esta equação é o impacto que tem na segurança a crescente digitalização dos objectos que nos rodeiam ‑ e que já se tornaram imprescindíveis para o nosso dia-a-dia. A “Internet das Coisas” (IoT) é uma realidade cada vez mais presente na nossa vida quotidiana, tanto a nível pessoal como na actividade profissional. As implicações que tem esse imenso universo de dispositivos electrónicos ligados à Internet, capazes de comunicar entre si, aptos a tomar decisões de forma autónoma e podendo ser controlados remotamente de forma abusiva, representam uma preocupação nova para a qual a normalização electrotécnica está a procurar as respostas mais adequadas.
O Grupo IEP
O IEP nasceu há 37 anos como organismo vocacionado para elaborar normas para o sector electrotécnico, tendo em vista o aumento da qualidade dos produtos eléctricos e electrónicos. Esses objectivos rapidamente foram alargados e o IEP passou a dispor de uma vasta infra-estrutura laboratorial capaz de apoiar a indústria desde a fase de concepção dos produtos até à sua certificação. Igualmente passou a actuar noutros âmbitos, como a inspecção regulamentar, a consultoria, a formação, a inovação de produtos e de processos, entre outros.
Como forma de evidenciar ao mercado a sua competência em cada um dos múltiplos domínios em que actua, o IEP procurou desde o início obter reconhecimentos independentes, tanto nacionais como europeus e internacionais. É assim que actualmente dispõe de um conjunto de acreditações que abrangem todas as suas áreas de ensaios, de calibrações e de inspecção. Está igualmente reconhecido a nível europeu pela ETICS (European Testing, Inspection and Certification System) e a nível internacional pela IECEE (International Electrotechnical Commission System of Conformity Assessment Schemes for Electrotechnical Equipment and Components). Através destes acordos de reconhecimento mútuo, os fabricantes que recorrem ao IEP para a certificação dos seus produtos têm acesso directo a dezenas de marcas de certificação em países de todo o mundo.
Recentemente, o leque de serviços do IEP foi alargado, graças à aquisição da AJL, empresa com larga experiência e que goza igualmente de grande reconhecimento pelo mercado. O “portfolio” de serviços passou assim a incluir, entre outros, ensaios não destrutivos, inspecção radiográfica e avaliação independente de infra-estruturas industriais.
O Grupo IEP tem hoje uma sólida implantação no mercado e actua em áreas muito diversificadas. O IEP, agora complementado com a AJL, é reconhecido pela credibilidade e pela independência com que presta todos os seus serviços.
Mercados
Possuindo um leque de competências muito diversificado, o IEP actua na globalidade dos sectores económicos. Exemplificam-se aqui alguns dos mais relevantes: indústria eléctrica e electrónica; maquinaria; indústria química; operadores de telecomunicações; grande distribuição; equipamentos médicos; indústria farmacêutica; construção civil; indústria automóvel; grandes infra-estruturas de transportes; produção, transporte e distribuição de energia eléctrica; indústria aeroespacial; defesa.
Adicionalmente, a AJL desenvolve a sua actividade sobretudo em sectores industriais, distinguindo-se pelo seu elevado desempenho em áreas tecnológicas específicas e que requerem grande especialização, tais como energia, química e petroquímica, indústrias transformadoras e transportes.
Esse conjunto de competências permite às empresas de qualquer sector industrial encontrar no Grupo IEP uma oferta integrada e global de serviços, o que faz dele o seu parceiro tecnológico preferencial.
Serviços prestados
O Grupo IEP ajuda as empresas a evoluir com segurança e a valorizar os seus recursos, em conformidade com os requisitos legais e normativos dos diferentes mercados internacionais. Aposta no crescimento sustentado dos seus parceiros de negócio, oferecendo às organizações soluções integradas e apoio tecnológico em todas as fases do ciclo de vida dos seus produtos.
Dos muitos serviços que o Grupo IEP disponibiliza, salientam-se os seguintes.
Inspecção regulamentar – Instalações eléctricas; Redes de telecomunicação; Redes, ramais e instalações de gás; Instalações de armazenagem e postos de abastecimento de combustíveis derivados de petróleo; Elevadores; Recintos de espectáculo e equipamentos de diversão.
Ensaios laboratoriais – Segurança, aptidão ao uso e eficiência energética de equipamentos eléctricos e electrónicos; Compatibilidade electromagnética (EMC); Campos electromagnéticos (EMF); Máquinas e materiais de engenharia; Fibras ópticas; Aparelhos de iluminação e efeitos fotobiológicos das radiações ópticas; Ensaios ambientais e climáticos; Acústica e vibrações.
Ensaios não destrutivos (NDT) – Correntes de Foucault (Eddy); Reflectometria de pulso acústico (RPA); Estanquidade (“leak test”); Líquidos penetrantes; Partículas magnéticas; Radiografia convencional e digital; Ultra-sons (incluindo “phased array”); Inspecção visual; etc.
Calibração de equipamentos de medição – Electricidade; Temperatura e humidade; Fibra óptica; Tempo e frequência; Massa e instrumentos de pesagem; Pressão.
Energia e infra-estruturas – Eficiência energética na indústria; Fontes de energia renováveis; Inspecção remota com “drones”; “Due diligence” em grandes infra-estruturas.
Normalização – O IEP coordena 5 dezenas de Comissões Técnicas de Normalização, sendo o maior e mais antigo Organismo Sectorial de Normalização em Portugal.
Formação e consultoria – Uma oferta de serviços formativos e o apoio de consultores com vasta experiência, contribuindo para desenvolver e melhorar o desempenho das pessoas e das empresas. Para além de formação interempresas e de pós-graduações especializadas, o IEP disponibiliza cursos à medida das necessidades de cada empresa e promove seminários e workshops temáticos. Adicionalmente, oferece serviços de certificação de pessoas em âmbitos específicos.
O futuro está na Inovação
Uma vertente que assume grande relevância no leque de serviços do IEP é a Investigação, Desenvolvimento e Inovação (I&D+i). Estar à frente dos concorrentes é vital para as empresas que querem chegar mais longe e crescer de forma sustentada. Para alcançar esse desiderato, sem atrasos que comprometam a entrada no mercado, é essencial incorporar as melhores práticas desde a fase de concepção dos produtos, assegurando o cumprimento dos requisitos que são exigidos em cada um dos mercados a que esses produtos se destinam. A inovação e a qualidade devem ser equacionadas em simultâneo ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento de novos produtos. O IEP apoia os fabricantes no desenvolvimento de novos produtos, desde o projecto inicial até às certificações finais.
Refreiem-se de seguida alguns exemplos de projectos recentes de I&D+i em que o IEP desempenha um papel fulcral.
Projecto europeu I_HeERO III (Infrastructure Harmonised eCall European Deployment) ‑ Sistema de atendimento e de localização automática de viaturas em situações de emergência (sistema “eCall”).
Projecto para extensão da vida útil de geradores eólicos ‑ Desenvolvimento de ferramentas para auditoria, inspecção e ensaios, com o mínimo de intrusão sobre os sistemas, para avaliar exaustivamente o estado de conservação dos aerogeradores, definindo critérios para validar a extensão da respectiva vida útil, com plenas garantias de segurança.
Inspecção remota de centrais fotovoltaicas – Sistema inovador de análise termográfica, com recurso a veículos aéreos não tripulados (“drones”) e identificação georreferenciada. Permite a identificação individual das células com problemas de desempenho.
Projecto ENERGi4.0 ‑ Desenvolvimento de um novo sistema de hardware e software para monitorização e análise preditiva do impacto da pegada ecológica de equipamentos industriais, no contexto da “Indústria 4.0” e da “Industrial Internet of Things”.
Como corolário desta actividade, o IEP foi recentemente reconhecido pela ANI – Agência Nacional de Inovação como Centro de Interface Tecnológico (CIT), reconhecimento do trabalho que desenvolve para promover a transferência tecnológica e a inovação nas empresas.
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